terça-feira, 28 de outubro de 2008

Carta a um Amigo 2

Ontem falámos de crianças, vidas acabadas de nascer; vidas a começar a gostar de viver; vidas para quem o tempo não é contado, nem acham desperdício de tal. Homens e Mulheres nascidos para a vida e tendo como desafio único seu alimento para poderem suportar todas as traquinices próprias de crianças, suas corridas, seus jogos e o seu mundo próprio que os adultos por vezes não compreendem.
Hoje vou falar-lhe de outras crianças que já foram meninos; diz o ditado: de velho se torna a moço. Este é daqueles dizeres populares que assenta em toda a sua plenitude na palavra escrita.
Não é preciso calcorrear muitas ruas ou vielas, seja de aldeia ou cidade, para vê-los sentados à soleira de sua porta, quando não é alugada ou de um filho; olhos postos no além, puxando pela memória para se lembrarem de algo bom que tiveram ou passaram num tempo longínquo, cheios de vida vencendo todos os obstáculos, em que a maior parte previam um futuro risonho.
Ou vê-los fechados quais bichos, tão Humanos e tão cheios de saber, dentro de, chamam-lhe “Casas de Repouso” ou como também lhe chamam armazém de velhos; termo repugnante, carregado de desprezo.
Muitos deles voltaram a ser crianças; só que agora, o carinho de uma Mãe que os gerou, não está presente, Amor Maternal; só elas sabem quanta dor e prazer custa trazer uma Vida ao mundo; só elas sabem o que significa Amor Verdadeiro; só elas sabem quanto custa transportar uma vida no Ventre; quanto ao Pai é-lhe dado o papel de ensinar os seus primeiros passos, dar-lhe aquele apoio e aquela força moral que tanto crescimento traz às crianças. Assim aquele grupo de Homens que voltaram a ser crianças, e cujos seus descendentes, uma grande parte deles, para não os suportarem, são colocados naquelas casas, muitas delas com grades parecendo prisões; quantas delas com fachada tão bonita e acompanhadas por pessoas que praticam a Fé, quanta hipocrisia, quanta maldade é feita aqueles, muitos deles, ajudaram a construir a riqueza dos que agora os maltratam.
Grupos de Pessoas com mais idade e maior nível cultural e formativo, têm criado Universidades para a dita Terceira Idade; Professores há que se disponibilizam para ensinar as suas matérias aquelas Pessoas, para quem a idade não conta, tal a vontade de viverem aprendendo, e, ao mesmo tempo, viverem felizes.
Vamos preparar-nos, para termos a grandeza de sairmos com Serenidade, e sermos recebidos com a Alegria Divina.

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