quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Carta a um Amigo 5

Embora tenha que dar-te razão, ainda assim, quero dizer-te que me ficou uma dúvida que gostaria de a ver tirada em uma das tuas respostas. É claro que não vou falar-te novamente naquela conversas em que tanto tempo passa, e nem sequer demos conta desse mesmo tempo. A preocupação das horas só se manifesta se o que estivermos a falar ou a executar não for do nosso agrado. Aquele foi muito importante, um tempo que deu semente, foi um aclarar de ideias, foi uma troca de valores e uma partilha que ajudou a construir e a cimentar a nossa amizade; passamos tanto tempo sem saber da exacta dimensão do seu valor, que uma grande parte dele não o usamos da melhor maneira para que a sua utilidade nos traga algo de bom em nossos relacionamentos; afastamo-nos demais do que é útil procurando, ainda que sem noção clara onde o estamos a ocupar, passá-lo nem sempre da melhor maneira possível; o que é o melhor possível? Sei que o Agora é este momento que considero único e que estou a oferecer-te um pouco do que me pertence; também pensava dizer-te isto pessoalmente; uma partilha deve ser o comungar não só com ideias ou acções, mas com oferta do tempo que nos pertence; sem sermos senhores do mesmo sem possibilidades de alterar o percurso que nos foi traçado, mas de qualquer modo dizemos que oferecemos um pouco do nosso tempo. Há um tempo para tudo? Deve haver um tempo para tudo? Também não sei bem o significado exacto; também não tenho resposta para te dar. Sei. Isso sim. Que depois de uma juventude em que o conceito do mesmo, por vezes não é bem claro, esta troca de ideias vai a pouco e pouco, fazendo Luz devido à energia positiva que empregámos em nossos diálogos, devido à verdade que pomos em tudo o que, juntos planeamos e executamos. Quero dizer-te que vou esforçar-me para fazer deste pouco tempo que me resta, que nem sei qual a sua medida nem esta preocupação sequer existe dentro de mim, um passeio pelo que já fiz, pelo que estou a fazer e delinear uns quantos projectos para, se houver o tal tempo que penso pertencer-me, os executar na medida em que as forças me acompanhem para tal. Saberás sempre na medida do possível o ponto exacto onde me encontro.
Eu sou Presença, perante Deus, que habita o meu corpo.

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