quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Carta a um Amigo 4

Hoje vou revelar-te alguns passos que ainda não tinha contado. Isto é. Não se pode ou deve submeter o que nos pertence, a juiz, que por não estar devidamente preparado para nos avaliar, nos dê errada imagem do que havíamos declarado. Por outro lado, não é de todo prudente confiar em quem não tenhamos a nossa confiança. Ainda que por vezes, bastas vezes, se manifestem os sorrisos que nos querem dar a impressão de solidariedade amiga, este sorrir não é de todo um sinal de compreensão e ajuda no que de tal estaremos a precisar; também, não será o irmos por caminhos que sendo os mais difíceis aí, não chegaremos mais depressa à resolução dos problemas que, havendo-os criado, terão sua resolução no mesmo quadro de dificuldades. De acordo! Claro, também não é apresentando o que nos pertence do mais íntimo e profundo do nosso Ser, que esqueceríamos o que foi feito mediante aquela caminhada; também não é divulgando que se esquece o pretérito, ou se risca da memória o que jamais pode ser apagado. Pois a tal esponja, não limpa o que existe para recordar, ela é somente uma sombra residual que está para lá da nossa mente; não existe; ou melhor; serão criadas por outros, que não querendo ser olhados com e pelo que fazem, para se sentirem, erradamente, na vertical, tentam usar o esquecimento voluntário, se houvera tal predicado ele seria uma fonte de riqueza para os dias de hoje. Mas, como só ao Divino pertence o que há dentro de nós, que foge ao mundo material, por isso ainda não foram, e jamais serão criadas as condições, dentro do quadro natural da criação humana, aquelas que disponibilizem conhecimento ou acções para controlar o espaço infinito do nosso cérebro onde está instalada a parte que orienta o nosso conhecimento, o fixe ou o dilua por vontade própria o seu conteúdo. Ainda, por outro lado, há uma tendência, como Tu sabes, para que a degradação de tudo o que é humano, se vá tornando dia-a-dia mais patogénico, mais visível nos seus efeitos nefastos ao olhar de quem atentamente se interessa pelo mundo que o rodeia, se preocupa na defesa de valores e, uma vez desprezados, dificilmente recuperarão sua forma e vida primitivas.
É verdade que uma revelação igual à que tenho para contar-te, não se enquadra naqueles contos, do “Abafa”, ou o da “Consoada”, pois eles serão sempre vivências de um tempo que não existiu a não ser na criação do Autor, e a terem existido, foram sempre mais do instinto irracional que, da natureza Humana. Também é verdade ao dizemos muitas vezes que o limite é o céu! Será verdade? O infinito aplicado nesta expressão tem o seu fundo de verdade? Também não sei. O meu pouco saber não me permite ir muito além do que aos Homens, naturalmente, lhes é concedido no reino dos saberes.
Dar-te-ei a resposta em uma das minhas próximas missivas; continuo à esperando novas Tuas.
Vive, aprecie, saboreia e medita em cada acto da tua vida; pode ser o último.

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